terça-feira, 20 de maio de 2008

May 20th

Well, what should I write?
Na última sexta-feira, 16, a professora do SELIN nos deu uma ótima sugestão.
"Quem, um dia, desejar tornar-se um escritor, é interessante que comece a escrever texto biográficos, escritas de si, ou não." - Profa. Dra. Sandra.
Pensando nisso, resolvi escrever um texto sobre uma pessoa bastante próxima a mim, com a qual tenho compartilhado experiências boas e ruins, alegres e tristes, enfim, a maior parte da minha vida e desta pessoa também.
O tipo de escrita utilizada será como antigamente: espécies de folhetins, onde cada postagem será uma lembrança desta pessoa, a partir do meu ponto de vista e subjetividade.
Qualquer semelhança, é mera coincidência, não se preocupe, não tem nada a ver com vc.


Capítulo 01

"Terça-feira, 1989. Era manhã. Nasce o garoto o qual será tratado nestes escritos. Não me é permitido relatar se chovia ou não, mas acredito ser um dia radiante. Pelo menos para aquele que nascia. Apesar de, mesmo no seu primeiro contato com o mundo externo, ter de chorar para mostrar vida.
A gestação de sua mãe havia tido uma série de complicações. Desde a descoberta da gravidez, sua mãe enfrentava sérios problemas com seu pai. Eles viviam juntos, mas seu pai não costumava contribuir em casa. Sua mãe trabalhava desde manhã até a noite. Costumava chegar em casa às 23 horas. As ruas não eram tão perigosas quanto hoje, mas, por trabalhar com cobrança, a mulher andava sempre assustada, pois, caso perdesse algo, seria descontado de sua comissão.
Ao chegar em casa àquela hora, costumava ouvir certos insultos do homem e, mesmo assim, em nome do sentimento que entre eles, teoricamente, existia, ela suportava cada um, calada, submissa. Era de costume ouvir que aquele filho que ela esperava não era dele, que era de algum "macho" ( como ele mesmo costumava dizer) e que ele não o assumiria.
Antes deste garoto que estava em período de gestação, outros, antes, foram gerados, mas, infelizmente, não suportavam e eram expulsos do corpo da mulher, naturalmente, o que é conhecido por aborto normal.
Podemos interpretar de várias formas, mas, o importante é saber que, apesar de tudo e de todos, a mulher estava decidida a levar aquela gestação adiante e, assim fez. Nove meses depois, com muito suor e continuando a ouvir as mesmas coisas que já ouvia durante a gravidez, ela continuou a trabalhar, pagou todos os exames e conseguiu completar o enxoval do bebê.
Enfim, chega a tão esperada hora do parto. A mulher havia decidido que daria à luz o menino através de parto normal. Era segunda à noite. A mulher entra em trabalho de parto, o garoto está na posição correta, porém há alguma complicação que não permite que o garoto passe pela canal vaginal.
Depois de algum tempo, após inúmeras tentativas de dilatação e lubrificação do canal, a mulher continua a sentir enormes dores. Parece que o garoto está conseguindo sair. Mas, de repente, o garoto pára e não é mais possível retirá-lo apenas com a pressão da mãe.
Os médicos e enfermeiras falam para a mãe continuar a respirar e pressionar a região, para poder expulsar o garoto. No entanto, a mãe, acredita-se, coloca mais força que a necessária e chega a desmaiar. Os médicos, então, tentam procurar alguém da família, mas ninguém estava lá naquele momento.
A única opção é continuar o parto, mesmo com a mãe desacordada. O trabalho de parto continua difícil, agora, pois não possui a ajuda da mãe, porém eles continuam a tentar realizar o parto de forma natural.
O garoto, enfim, nasce, junto com o clarear do dia, o raiar do sol. Pesando, aproximadamente, 30 kgs e tendo como diâmetro da parte superior do corpo um tanto quanto grande. Não absurdamente grande, mas o suficiente para levar a mãe ao desmaio.
Apenas quatro horas após o parto a mãe chega a ver seu filho, que mantém seus olhos fechados e dorme sossegadamente."

Raelson Ribeiro Rodrigues 20.05.2008

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